Poesia do Antigo Egipto
Com os códigos escritos decifrados deu-se a abertura ao(s) espanto(s): a literatura, a poesia, os papiros administrativos, os “tratados médicos”, os escritos políticos, as inscrições nas pirâmides, nos túmulos e nos templos a “falarem”, a revelarem, finalmente, o que por tantos séculos calaram, prontos a dialogar com toda uma imensa curiosidade acumulada e “milhentas” interrogações com respostas por compulsar…
Papiro de Turim (Reinado de Ramsés II?-1279-1213 a.c.)
Fica, sobretudo, esta capacidade de nos seduzirem, de nos fazerem sentir muito perto deles, em muitas coisas, como se 3 mil anos não fossem mais que uma dúzia de décadas, disfarçadas…
Dois exemplos apenas, de poemas datados entre 1567 e
1.
Tê-la visto
Tê-la visto aproximar-se
Com tanta beleza é
Alegria para sempre no meu coração.
Nem o tempo eterno pode retirar-me
Aquilo que ela me trouxe.
2.
Quando me dá as boas vindas
De braços bem abertos
Sinto-me como aqueles viajantes que regressam
Das longínquas terras de Punt.
Tudo se muda; o pensamento, os sentidos,
Em perfume rico e estranho.
E quando ela entreabre os lábios para beijar
Fico com a cabeça leve, fico ébrio sem cerveja.