Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Temposnotempo

Este é um blogue instrumental, feito sem veleidades. Penso nos meus alunos e na forma de o usar para lhes ser útil: experiência que se quer alimentada de experiências... e de invenções dos tempos que não temos tempo para ter...

Este é um blogue instrumental, feito sem veleidades. Penso nos meus alunos e na forma de o usar para lhes ser útil: experiência que se quer alimentada de experiências... e de invenções dos tempos que não temos tempo para ter...

Temposnotempo

08
Fev09

Bordalo, as caricaturas e as Caldas da Raínha

temposnotempo

 Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905)

     O "Zé Povinho"

 

 

  Autocaricatura   

 

Cá o blogue foi-se "esquecendo" do Rafael Bordalo Pinheiro e da chamada de atenção para as suas caricaturas polìticas.

 

De todas a mais presente no nosso imaginário é a do Zé Povinho  que ele criou, em 1875, para o primeiro jornal de crítica diário que fundou e dirigiu - A Lanterna Mágica (Maio a Julho de 1875 - 33 números).

 

Depois de um percurso que o levou ao Brasil - 1875-1879 - envolveu-se na criação de duas outras importantes e decisivas publicações: O António Maria (1879-1898) - que, como se vê,  se manteve por vários anos...

 

http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/AntonioMariaI/AntMaria_1.htm

 

(e, mais do que isso, digitalizado e consultável na net! Espreitem!)

 

http://purl.pt/13854

 

e A Paródia (1900-1902)

 

 

Com grandes talentos escultóricos decide em 1885 experimentar o barro e dar inìcio a uma actividade absolutamente determinante para a nossa imaginação e cultura nacionais - a criação e desenvolvimento da Fábrica das Faianças das Caldas da Raínha que manterá, com dificuldades várias, até à sua morte e que, depois, o seu filho Manuel Gustavo continuou e que é a tal que nos dias que correm defronta uma terrível perspectiva de encerramento. http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=385487&visual=26&rss=0

 

      

 

 

             A célebre jarra Bethoven que impressionou o mundo jornalístico da época

 

08
Fev09

1924...

temposnotempo

        André Breton (1896-1966)

 

 

O poema do Pablo Neruda que vos deixei - ah, e já sei que a edição portuguesa das 20 Canções de Amor... é da D. Quixote, de 1973 (e já ia na 13ª edição, em 2003, data do exemplar mais recente da Biblioteca Municipal), e tem uma tradução do Fernando Assis Pacheco - teve edição em 1924 como vos disse.

 

Ano importante, para a poesia, esse: em França André Breton publicou o 1º Manifesto do Surrealismo, documento fundador da primeira fase do movimento surrealista que pretendia "dinamitar" as bases (e não só!) do que até tinha sido a literatura e a poesia (e que depois se espalhou para a pintura e escultura, a publicidade e ficção científica, como vamos ver no 9º ano). Como movimento de ideias, estendeu-se a outros campos do pensamento e da actividade humana, modificando fortemente o gosto e a cultura de massas da primeira metade do século XX (mas não só, porque continua vivo, embora mais circunscrito a no alcance e no número dos seus cultores-mentores).

 

Frases como estas são elucidativas:

 

"Não temos nada a ver com a literatura. No entanto, quando é necessário, somos capzes de nos servir dela, como outros quaisquer." (Declaração colectiva de Janeiro de 1925);

 

"O surrealismo não é um novo ou mais fácil meio de expressão e ainda menos uma metafísica da poesia. É um meio de total libertação do espírito e de tudo o que se lhe assemelhe" (idem);

 

"Somos especialistas da Revolta... O surrealismo não é uma forma poética. É um grito do espírito" (idem).

 

(cont.)

 

 salvador_dali Salvador Dali, Nascimento de desejos líquidos, 1931-32

 

 

04
Fev09

Poesia e música

temposnotempo

Já agora, ainda a propósito da poesia do chileno Pablo Neruda, espreitem e vejam como

ele próprio a disse (imagens dele também):

 

http://www.youtube.com/watch?v=Dz6YQMEOIug

 

E já agora ouçam e vejam como a musicou uma das referências da canção chilena dos anos 70 - Victor Jara (torturado e assassinado, em 1973, pelos fascistas chilenos após o golpe de estado que derrubou o governo democrático de Salvador Allende, que foi assassinado também).

 

 

http://www.youtube.com/watch?v=QIhHTGYkkHU&feature=related

 

 

e como outros lhe pegaram, depois:

 

http://www.youtube.com/watch?v=1rpNL-3Mu-g&feature=related

 

Que vos parece?

 

02
Fev09

A necessária poesia...

temposnotempo

 

Tem andado arredada cá do blogue a poesia...

 

Faz falta! E como continuo a descobrir que no youtube não há só música ou filmes documentais, mas também da dita - como aliás já ao princípio vos propus naquele post do Paco Ibanez - aí vai uma pequena surpresa para um grandessíssimo (e um tanto esquecido ultimamente) poeta: PABLO NERUDA (1904-1973).

 

 

http://www.youtube.com/watch?v=wa-PtGBJCyg

 

E agora o poema! Disfrutem e digam-me se gostam! Façam a vossa leitura! E pq não enviá-la para o youtube?

 

ME GUSTAS QUANDO CALLAS

 

Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.
.
Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.
.
Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
Déjame que me calle con el silencio tuyo.
.
Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.
.
Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto

 

(http://www.tinet.org/~elebro/poe/neruda/neruda22.html)

 

Andei à procura de uma tradução mas não opto por nenhuma das que espreitei. Isto de traduzir poesia tem que se lhe diga... Está publicado em livro - é o Poema 15 de 20 Poemas de amor e uma canção desesperada, de 1924 - mas não o tenho. Vou tentar encontrá-lo com mais tempo! Entretanto, se vos interessar, é só pesquisar, ou pelo autor, ou pelo título em português - Gosto quando te calas -, ou pelo livro, ou em conjugação dos três!

 

02
Fev09

Primeira portuguesa a votar - 1911

temposnotempo

 

 

Ainda sobre a 1ª República Portuguesa e o exercício do voto, nomeadamente no 1º  acto eleitoral realizado pelos republicanos, regulado pela lei eleitoral de 1911.

 

Como vimos poderiam votar apenas os maiores de 21 anos que soubessem ler e escrever ou que fossem chefes de família há mais de um ano.

 

Carolina Beatriz Ângelo (1877-1911), republicana convicta, que lutou pela eclosão da República em 1910 e foi a primeira médica operadora portuguesa, aproveitou a situação e imediatamente fez um requerimento para ser incluída no recenseamento eleitoral: era chefe de família (viúva) e tinha a seu cargo uma descendente menor (a filha, com sete anos).

 

“Ex.mo  sr. presidente da comissão recenseadora do 2º bairro de Lisboa. - Carolina Beatriz Ângelo, abaixo assinada, de trinta e dois anos de idade, natural da cidade da Guarda, freguesia de S. Vicente, viúva, médica residente em Lisboa, rua António Pedro, S. D., 1º andar, freguesia de S. Jorge de Arroios, 2º bairro, como cidadão português, nos termos dos artigos 18º e 20º do Código Civil, não excluída dos seus direitos públicos de eleitor por qualquer dos impedimentos taxativamente enumerados no artigo 6º do decreto com força de lei de 14 de março de 1911, e estando antes, compreendida em ambas as categorias de eleitoridade dos n.º 1º e 2º do artigo 5º do decreto referido, por quanto não só sabe ler e escrever, mas é chefe de família, vivendo nessa qualidade com uma filha menor, a cujo sustento e educação prevê com o seu trabalho profissional, bem como aos demais encargos domésticos - pretende em tempo e para todos os efeitos legais que o seu nome seja incluído no novo recenseamento eleitoral a que tem de proceder-se, por virtude dos artigos  15º e 16º  e outros do decreto citado de 14 de março de 1911. // Para tanto o requer a v. exª, tendo em vista o disposto nos artigos 17º e 18º do mesmo decreto com força de lei. Lisboa, 1 de abril de 1911. (Junta-se a certidão de idade). (Assinada), Carolina Beatriz Ângelo”[27].
www2.fcsh.unl.pt/facesdeeva/eva_arquivo/revista_11/eva_arquivo_numero11_j.html

 

Com um despacho posterior, favorável, de um juiz,  que entendeu que a lei admitia, de facto, essa interpretação ao não vincar especificamente que apenas admitia o voto masculino, Carolina votou mesmo, tornando-se uma das primeiras mulheres da Europa e do mundo a exercer esse direito (iniciado em 1893, na Nova Zelândia), por que tanto lutaram desde o final do século XIX as chamadas "sufragistas" (Emmeline Pankhurst, Emily Davison, Millicent Fawcett, Carolina Ângelo, etc. etc.).

 

http://www.mulheres-ps20.ipp.pt/Carolina_Beatriz_Angelo.htm

http://www.mulheres-ps20.ipp.pt/Hist_mulheres_em_portugal.htm

 

01
Fev09

Felix Mendelssohn (1809-1847)

temposnotempo

 

 

Aí estão - dia 3 de Fevereiro - os 200 anos do nascimento de Felix Mendelssohn!

 

Considerado um dos grandes do Romantismo - como Schubert, Schumann, Chopin, Listz ou Berlioz - teve a infelicidade de falecer jovem, mas como começou a compor aos 11 anos de idade ainda pôde deixar-nos uma obra com alguma extensão, da qual se devem destacar as suas 5 "grandes sinfonias", os seus concertos para piano - foi um exímio pianista e chefe de orquestra -, os seus concertos de cordas, as suas obras corais e o muito celebrado Concerto para violino nº 2, de que vos ofereço a parte que o tornou mundialmente famoso.

 

http://www.youtube.com/watch?v=CCLxso5XDN4

 

 

Espero que gostem e fiquem com curiosidade de espreitar outras obras!

Pág. 2/2

Mais sobre mim

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2011
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2010
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2009
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2008
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub